acho que meu verde desejo por mãos boas, fartas, generosas, e que meu sonho por pés ligeiros, que me coloquem sempre a serviço de alguma arte valorosa, vem da complicada situação pela qual o crime nos acompanha, sempre, o tempo inteiro, seja ele qual for ::
aquilo que enternece faz o crime se evadir, o suspende nem que seja por alguns
momentos sagazes, de compreensão então ainda mais aguda do quanto somos propensos ao erro ::
no mundo, tudo está para ser roubado, mantido, capturado, até que se satisfaçam porções de desejo, muitas vezes ocultas ::
e sonho porque corro, e coloco e passo o dedo por pinturas que revelam uma impressionante face produtora de sentidos, uma máquina de sentir que nos torna maiores, a cada momento, sempre pulsando, e sinto vergonha, sinto medo, sofro ataques, saqueio impérios, sou o longo sofrimento da raça humana em busca de uma nação calma e prazenteira, onde tudo é trabalho, e o trabalho é de fato um final coletivo, ardorosamente coletivo, um final ardorosamente coletivo para nosso sofrimento ::
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