nunca o filé,
o filé, nunca ::se não paro
e me centro,
só como
a carne do osso,
as sobras,
aquilo que são paulo
apenas deixa ::
só,
são paulo ::
só
e bento,
ungido
por tua
música
atroz ::
são paulo
capital produção ::
são paulo
dos motoboys
ifood ::
são paulo briga comigo
e me obriga
a entender
sobre como fazer
geral um pirão,
queijo
com goiabada,
forjar das sobras
com feijão
uma da boa
feijoada,
uma da boa
com feijão,
fonte
de ferro ::
sem erro
algum
de comunicação,
são paulo,
meu país,
meu extrato,
meu saldo
bancário ::
virei gado
real,
de uma
procissão
de piratas
de um
ex-cruzeiro
marítimo,
da via
sagrada,
quilombo
navio
negreiro ::
::
são paulo
me concentra ::
sem ela,
não pinto,
não bordo,
não entendo
o conteúdo
ameríndio
e de mãe
africa ::
são paulo
me contenta ::
nunca o filé,
sempre
as sobras
para o meu
jantar de
escravo
olho
brasileiro
bento
aberto ::
e assim
preparo
meu tempo,
já que antes
assassinaram
meu tempo,
já que vivo morto,
morto vivo,
andarilhando,
voejando,
encontrado
pela solução
em metal
precioso
que
recobre
o corpo
qual
vaso
ou tesouro
achado,
no fundo
do mar
achado,
uma
relíquia
eu sou,
o malandro
atávico
bendito ::