++ percepção lentamente valorizada do amor brasileiro agreste <:> rito ovariano onírico e negro :x: paixão e sociabilidade dionisíacas comungadas por dona deuSa (sílvia goulart) e o boi arteiRo (marcus minuzzi) <:> a verdade xamânIca da guerra apruma nossas corações antigos e dispostos a tudo contra o fascismo :x: poemas, análises, amores pictografados <:> elegia ao sertão artístico :x:

segunda-feira, 8 de novembro de 2021

coziNhadinha


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Cozinha, cozinhadinha.

Eu sei como se faz. O amor excede às beiradas do prato.

A cada bocado sente o que está escrito nessa oferenda minha.

A comida apascenta os ânimos, acolhe e dá fé.


+ sílVia goulArt, a dona dEusa ||:







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            ágoRA ::

segunda-feira, 5 de julho de 2021

árvoRe-etniA


<<< poEma sobre imagEns ++ verso e pinTuras de sílviA goulart, a dona dEusa 



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a gente resiste em aceitar o bRasil, por ser essa uma nação vinculada à escravidão (africana) e ao genocídio (indígena) :: 

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por ser o paíS um holocausto, produtor de, não somente vítimas, mas também grande acúmulo de riquezas apropriadas por não-brasileiros ::

sem falar no hábito internacional de exploração de nossas riqueZas naturais :: nossa casa invadida e espoliada, agredida, violenTAda, saqueada ::

mas justamente por essa soma de tragédias é que a brasilidade realiza seu ímpeto de expansão, crescendo por sobre as pessoas vagarosamente, impondo-se sem que ninguém perceba ::

na ligação com volatilidades que tanto mais nos protegem, quanto maior o perigo que corremos, é que o valor de nossa essÊncia digna cresce :: <<>> <<<<>> <    ++++++++  como pombas, somos ofertados :: em um pedestal que mistura sacrifício, ritmo e raciocínio, crescemos enquanto a árvoRe-etnia que broTa da relVa selvaGem em sangue ::

entendo a brasilidade como a resposta a uma soma de agulhas, arpões, espinhos cravados em todo corpo, pois nossa realidade é pontiaguda, abrindo uma ferida sensíval da qual aflora tudo o que somos e sabemos enquanto povo ::

todo mundo quer ser ou inglÊs ou americano, ou japonês ou coreano, ou só afriCAno ou só indígena :: todo mundo quer se livrar do país dos massacres nas favelas e na floresTA, do país do holocAusto carcerário e das milíciAs assassinas, do país que elegeu bolsOnaro com o espantoso apoio das pessoas comuns e da classE dominante :: mas a verdade civilizacional que une a todos (os brasileiros) em um único laço de bondade e <<>> <<<<>> <

<<>> <<<<>> <renovação é mais forte que essas resistências todas :: 

no limite, vale tão somente a obRa coletiva :: e essa obRA, definitivamente, é o que deve orientar nossas buscas por redenção <<>> <<<<>> <e felicidaDE ::  

marCus minuzzi, boi aRteiro ::


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plantA :: lentiLHa

++ há muitas vezes na alma recôndita do mundo uma luta
 contra o bem, que é pela destruição da inocência infantil
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A psicologia do orgiástico como sentimento transbordante de vida e força, no interior do qual mesmo a dor age como estimulante, deu-me a chave para o conceito do sentimento trágico (...) O dizer Sim à vida, mesmo em seus problemas mais duros e estranhos; a vontade de vida, alegrando-se da própria inesgotabilidade no sacrifício de seus mais elevados tipos – a isso chamei dionisíaco. <<>> <<<<>> <niEtzsche ++

domingo, 23 de maio de 2021

o amOR


 

o mais difícil
é fazer creScer
o amor
:: vamos cavand
o profundo, há um túnel que o apresenta ::
m
ágica e tantricamente, de modo antigo,
o vamos
fazendo
enquanto
vivemos e nos
vamos fazenDo,
na casa, comida,
paiol,
canto, cidade  :: 





























quinta-feira, 22 de abril de 2021

uniVerso vasculaR








Aventurar-se pelo mundo
Sem entender a lógica
Do rastro deixado
No caminho de pedras.
Abrir a alma para
O universo vascular:
Pequenos becos
Amanhecidos de fé
E espantosa luz
Celestial.
É quase um púlpito
Erguido nos becos.
A gente que habita ali
É feita de pedra; e cor.
Lança e punhal.
Medo e inocência.
Crueldade e candura.
Aventurar-se pelo mundo
À procura de gente
Sem entender como
Dói existir aqui,
Como dói ser
Nos bordéis, palácios,
Pendurados
Por um fio.
Quanta alegoria, quanto
Samba,
Muita morte e medo.
A pintura é dúbia.
“É bela a banguela a Guanabara.”















alimentar o amor nupcial :: não deve ser outro o objetivo da arte em nossas vidas :: casar, e estar sempre

casando :: "traz no bico um galhinho", canta tetÊ :: trazer as roupas dela, as caras delas :: texTos dela :: faixa "trigo do amor" ::

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as boninas sobre os monturos :: cada fio na rede tecida, verbo-músico-visual, é uma bonina sobre o monturo ::

sem monturo, não há perfume da bonina ::





quarta-feira, 21 de abril de 2021

o bRasil e seus bRasis


Vestido puído, canelas finas.

Franzinas silhuetas destas mães: do craque, do lixo, da rua e da quebrada.

Mães velhas e mães meninas, perdidas pelos cantos; casa-de-papelão.

O Brasil e seus brasis, uma fonte transgressora de oprimir e renegar sua "bunda suja". 

A pobreza é feia, agride, irrita: "cheias de filhos", crianças pobres, sinal, pedra e balinha.

A elite brasileira é o pai e a mãe da sujeira e da falta de pão. O pai e a mãe dos prostíbulos judiciais. 

A suruba continua dando cria e oprimindo as mães franzinas, sujinhas e desconfortavelmente, indecentemente incomodativas!

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><> sílviA gouLart, donA deuSa :: ++




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outro dia assisti a "tancredo - a travessia", de sílviO tenDler, belo documentário que biografa a trágica

figura de tancredo neves e sua contribuição para a ideia de uma prática política institucional conciliadora no bRasil,

em contraste com a triste realidade atual :: o filme mostra como o político mineiro foi o principal artífice

das negociações necessárias para o fim da ditadura militar, em 1985, antes de falecer impedido de tomar posse (em um 21 de abril, há exatos 36 anos0,

e do quanto todas essas negociações, em um contexto altamente complexo, exigiam habilidades

nada vulgares de diálogo e articulação entre diferentes setores da sociedade ::



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assistir ao filme, ao mesmo tempo, para mim reforçou a ideia de que o destino no bRasil é sua virada lenta e inevitável em direção

 à esquerda, ou a uma maior justiça social, como queiram :: presidentes como getúlio, juscelino, jango, tancredo, luLa e dilMa expressaram

forças que sempre se apresentaram com grande contundÊncia ao longo da história de nossa república,

precisando, devido à sua alta legitimidade, serem dramaticamente atacadas por tradicionais inimigos da 

democracia :: o popular, no bRasil, é geral, maior e amoroso, por representar uma resistÊncia de alta vitalidade, que se desenvolve e se renova com

grande tenacidade, como uma videira milagrosa, que nunca para de medrar e gerar frutos :: a chegada do PT ao poder, 

e sua conquista de quatro eleições precidenciais seguidas, comprova essa verdadeira iluminação humanizadora ::




+>+ 

o caso de luLa (preso e impedido de candidatar-se), de certo modo, acabou concretizando também o destino de líderes como getúlio e tancredO, que dedicaram 

e sacrificaram suas vidas pelo país, cumprindo  o destino de verdadeiros mártires  :: como negá-lo? :: todos eles foram estadistas de fato, os maiores que 

país já teve (ou ensaiou ter, no caso de tancredo) representando a cultura e o destino de uma pátria poderosamente vocacionada

à liberdade e à justiça social, mesmo que a duras penas :: todos eles exímios negociadores, reforçando

a hipótese do país cordial, e ao mesmo tempo contrariando o senso comum que nega, alienadamente, esse mito fundador da bRasilidade ::

líderes como tancredo sonham com o enobrecimento de nossa realidade porque são sonhados

pelo conjunto da coletividade, desde o desejo inconsciente mais profundo da nação :: ouvir essa canção,

que soa ininterrupamente em nosso imaginário, esforçar-se por ouvi-la e mantÊ-la soando, é uma atitude concreta

que podemos ter em favor da real e efetiva independÊncia do bRAsil ::

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><> marCus minuzzi, boi arTEiro :: ++





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"Se nós estamos vivendo esse tempo de total imprecisão até no sentido da experiência de viver, a arte se constitui no lugar mais potente e mais provável de se constituírem novas respostas e novas perguntas para o mundo que nós vamos ter que dar conta daqui pra frente." >< ailTon Krenak

domingo, 28 de março de 2021

simpLes




Simplicidade é coisa de Deus. Todos os dias busco esse olhar para seguir em frente.






 aqui, nesse espaço, tenho minhas alucinações, que misturam feijão, arroz, milho, aipim, um pouco de sangue, mais moléculas que são abrandadoras do tempo, esse vento voraz que nos consome ::




quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

devaNEio

reliGião maior: sucção da vidA ::


ontologicamente, sinto-me vinculado de modo real e orgânico a verdades inefáveis, indizíveis, como a da intimidade entre o mundo vegetal e as cidades ::

a cidade, no jeito de um espelho, vorazmente se comunica  com o ser das raízes, das vagens, das abóboras, dos cereais, dos tubérculos :: 

intuo isso, seguindo exemplos originários de um animismo essencialmente brasileiro :: 

as plantas alimentícias constituem reinos vitais que  aconselham nossas almas :: que nos produzem, célula a célula, fibra a fibra, ativamente, nas cidades, nutriente por nutriente :: 


são apelos que nos avisam sobre a sabedoria antiga do amar sem atingir o outro :: as sabedorias humano-ancestrais de calar a violência :: são sabores que conduzem a vizinhas galáxias de estrelas longínquas, incertas e de sonhadas sensações de provimento-sacieDAde ::
cidade após cidade :: tijolo após tijolo ::

veracidade elementar iluminodora está nos plantas, que nos permite pensar em forças grandiosas porque naturais e alegremenTe energéticas :: 


forças que navegam junto e fundamentam a alegria que nos traz a comida :: 

rezarei pelo vínculo esse, de meu estranho amor pela voz calada de mulheres vivas vegetais que nos nutrem-amamentam ::




pásSaro de fogo no tereiro muNdo ((sobre torquAto neto

domingo, 31 de janeiro de 2021

monTuro



a gente tem que estar sempre
articulando uma revelação a partir
dos monturos, realidade
maluca sul-americana ::
tem que estar sempre
imaginando que uma pátria esquisita
virá nos salvar ::
salvar a quem tem
hostes a organizar,
na luta esquisita
da conquista agrária
pela limpEza ::
eu tenho
tempos em meus
ciclos,
eu apareço
no interior
de redemoinhos ::
eu sou o demônio
íntimo de lagoinhas
amarelas de papel
crepom, que organizam
tambores em festas ::
e aqui não há lutos
nem tristeZas,
apesar de pandemias
e desesperanças
decretadas por
genocidAs ::
aqui só vale
um potente
amor indíGena ::

marCus minuzzi, boi aRteiro ::

o amoR alimenTA o poeMa

1. A moça comigo brinca na relva. Estou bento iluminado  Com o membro  Amando tesouros míticos. O segredo é peniano. Ora a moça numinosa. A ...

as mais visiTadas