Descobri hoje
Que sou um
Pendão de
Miho,
Vergado,
Franzino.
Mas frutífero.
Crioulo.
Criado em terra santa.
A roça firme
Que me planta
Me segura neste
Chão.
Pendão de milho,
Milharal.
Perfume bom
De terra fresca,
Onde meus olhos
Serão comidos.
Onde meu
Corpo será despido.
Minha fé
Plantada
Em cada grão.
Com graça,
Pisarei
Firme.
Leve como uma
Pluma
Matriarcal
Camponesa.
Fubá,
Cangica,
Curau.
Meu gosto,
Meu olfato
De menina da
Roça
Me trazem
Carinho pelo
Pendão.
O milho
“bota boneca”,
Enfeita
O cabelo
Dourado,
Castanho,
Avermelhado.
O milho
Traz a
Lembrança
Sagrada.
Meu Pai
Benzendo
A fartura.
Minha esperança
Depositada.
Meus sonhos.
Os encantos
Do milharal.
<> sílviA goulArt, donA dEusa ++
<> sílviA goulArt, donA dEusa ++
um pouco de tudo
vai nos identificando
com o pedaço que
nos cabe no mundo,
força a nós destinada,
um fazer de barro,
cru, depois cozido,
depois lavado
pela chuva,
um ninho,
uma taipa,
uma choça ::
e o pássaro
residente
em nossa
toca compreende
o estado natural
das coisas,
seu estar,
seu ficar,
seu processo
de sorrir
com os braços
abertos
ao vento ::
seu
espaço
negro
de
ficar,
contido,
reforçando
as tramas
da cabana
que absorve
luz o dia
inteiro
e se cura
ao abrigo
do poder
obscuro
do obscuro
curanDeiro,
cozinheiro,
senhor dos
sopros
no milharal ::
coisa boa,
coisa útil,
coisa tátil ::
panela
de barro,
acha de
lenha,
coisa musicalmente
que imita
um divino
espírito
sanTo
da floresta :
>< marcuS minuzzi, boi arTEiro>+:
mestREs da culTura popuLar :: manoEl seabRA
artE :: joAna queiRoz
Nenhum comentário:
Postar um comentário