++ percepção lentamente valorizada do amor brasileiro agreste <:> rito ovariano onírico e negro :x: paixão e sociabilidade dionisíacas comungadas por dona deuSa (sílvia goulart) e o boi arteiRo (marcus minuzzi) <:> a verdade xamânIca da guerra apruma nossas corações antigos e dispostos a tudo contra o fascismo :x: poemas, análises, amores pictografados <:> elegia ao sertão artístico :x:

sexta-feira, 6 de março de 2020

enriQuecer o diA




O que me fascina é o singelo, como este bule, método empírico e caboclo de passar café. Com ele começo a lida. Deposito toda a esperança de um dia promissor, de paz e harmonia em nossa cozinha. O cheiro do café, que vai fluindo pouco a pouco, me restaura como um renascer. Pronto. Depois do olfato um gosto único. Café bem fresquinho, da hora, forte e puro (sem açúcar). As notícias, a lista dos afazeres, conversas com meu parceiro e grande amor. Quase sempre sobre tudo: planos e sonhos de um país melhor e mais humano. O dia é apenas mais uma aventura, uma metáfora, um desdobre e um sinal de resistência.

//>> sílVia gou/larT, doNa deuSa //>>



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><++ mestREs de cultuRa populaR :: 
beth beLI, do bloco iLU obá de miN ><++



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vontade de não morrer na cidade, sempre violenta, a cidade, como um rio que corre movido pela sedução mística

do oriente :: vontade de não morrer pelo golpe das horas cruas e intermináveis, que nos avisam sobre o semblante de um

maior valor unívoco :: e repetir as lições de moral dos crentes, estrambólicos, neopentecostais,
evangélicos,

amigos, no limite, sempre amigos :: a vida ovariana que divido com menos de um quarto do espaço que necessito ::

a vontade de amar com nativas folhas de poder bucólico ao meu redor, mais ou menos alucinógenas,

com maior ou menor capacidade de me condecorar com primitivas ideias rupestres :: a ausência dessas

povoações placentárias em meu diário alimento ainda assim não me fazem enlouquecer ou desistir da vida

diária em nossos povos e seus estuários :: a vida diária, a me tolher... :: e ainda assim não me encolho,

pois vou vivendo qual protozoário, com as limitações típicas das populações que se encolhem, ou se encontram

invisíveis, encobertas :: vontade de não morrer na cidade, para aquecer-me das emanações numinosas

que fluem de todo contato humano, e ir contando as luas que só eu consigo ver :: a lua desgarrada

do planeta embaixo do cometa, que descobri depois de amanhecer como um despacho na porta dos enjeitados ::

a lua cris e a lua jota, essa última que inventei, depois da suba seguida por três vezes do preço da carne,

a reiterar meu espaço amargo existente na sobra da arte que inventou nossa civilização :: eita cara

de vaca!!! :: eita cara de boi!!! :: e assim vou, circundando vazios de aparência profética, vácuos repletos

de animalidades orgânicas :: 


//> marcuS minuzzi, boi arTeiro //>>





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artE :: iara rennó







ágora ::
"Se o multiculturalismo ocidental é o relativismo como política pública, o xamanismo perspectivista ameríndio é o multinaturalismo como política cósmica."

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Os pronomes cosmológicos e o 
perspectivismo ameríndio
Eduardo Viveiros de Castro




planTA :: comigo ninguém poDE

segunda-feira, 2 de março de 2020

pendÃo de miLHo e choçA



Descobri hoje
Que sou um
Pendão de
Miho,
Vergado,
Franzino.
Mas frutífero.
Crioulo.
Criado em terra santa.
A roça firme
Que me planta
Me segura neste
Chão.
Pendão de milho,
Milharal.
Perfume bom
De terra fresca,
Onde meus olhos
Serão comidos.
Onde meu
Corpo será despido.
Minha fé
Plantada
Em cada grão.
Com graça,
Pisarei
Firme.
Leve como uma
Pluma
Matriarcal
Camponesa.
Fubá,
Cangica,
Curau.
Meu gosto,
Meu olfato
De menina da
Roça
Me trazem
Carinho pelo
Pendão.
O milho
“bota boneca”,
Enfeita
O cabelo
Dourado,
Castanho,
Avermelhado.
O milho
Traz a
Lembrança
Sagrada.
Meu Pai
Benzendo
A fartura.
Minha esperança
Depositada.
Meus sonhos.
Os encantos
Do milharal.

<> sílviA goulArt, donA dEusa ++







um pouco de tudo
vai nos identificando
com o pedaço que
nos cabe no mundo,
força a nós destinada,
um fazer de barro,
cru, depois cozido,
depois lavado
pela chuva,
um ninho,
uma taipa,
uma choça ::
e o pássaro
residente
em nossa
toca compreende
o estado natural
das coisas,
seu estar,
seu ficar,
seu processo
de sorrir
com os braços
abertos
ao vento ::
seu
espaço
negro
de
ficar,
contido,
reforçando
as tramas
da cabana
que absorve
luz o dia
inteiro
e se cura
ao abrigo
do poder
obscuro
do obscuro
curanDeiro,
cozinheiro,
senhor dos
sopros
no milharal ::
coisa boa,
coisa útil,
coisa tátil ::
panela
de barro,
acha de
lenha,
coisa musicalmente
que imita
um divino
espírito
sanTo
da floresta :


>< marcuS minuzzi, boi arTEiro>+:




mestREs da culTura popuLar :: manoEl seabRA


artE :: joAna queiRoz





o amoR alimenTA o poeMa

1. A moça comigo brinca na relva. Estou bento iluminado  Com o membro  Amando tesouros míticos. O segredo é peniano. Ora a moça numinosa. A ...

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