++ percepção lentamente valorizada do amor brasileiro agreste <:> rito ovariano onírico e negro :x: paixão e sociabilidade dionisíacas comungadas por dona deuSa (sílvia goulart) e o boi arteiRo (marcus minuzzi) <:> a verdade xamânIca da guerra apruma nossas corações antigos e dispostos a tudo contra o fascismo :x: poemas, análises, amores pictografados <:> elegia ao sertão artístico :x:

terça-feira, 23 de abril de 2019

oRa pro nOBis

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Ora pro nobis.
Conta pequena,
Ora por nós.
Pequenas meninas
Do silêncio,
Da sutileza,
Da hora das virgens,
Pequenina onda
Que nasce em Roma
E cresce entre as
Pedras da serra santa.
A luz do candeeiro
“Alumeia” nosso
Ventre habitado
Por flores cheirosas
Cheias de espinhos.
Alivia as dores
De nossos pés
Secos, machucados,
Cheios de fendas.


 pequenAs meninas da hora das virgEns :: <<pintuRa :: sílVia))


A miragem
Coberta
Pelo véu de seda
Esconde a janela
Da dama
Cor de bronze.
Ora pro nobis.
Benze quebranto,
Quebra feitiço,
Unge teu pranto,
Que somos
Continhas miúdas
A reluzir no oceano.
Água que verte,
Que corre em direção
Ao rio dos prazeres.



planTa :: aroEira

Acorda, Maria.
Teu santo cresceu.
Teu ventre de ouro
Abriu a comporta
Do mar.
Conchas, estrelas,
Cavalos-marinhos.
Escuta a manhã,
Banha-nos com teu
Silêncio.
Boa alvorada,
Te encontro
Na fonte.
Meu pássaro
Guerreiro é
Teu sábio retirante.
Abençoa meu nome.
Ora pro nobis.

++ sílVia >< a donA deuSa ++




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artE :: nelson angelO






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sábado, 13 de abril de 2019

o amoR alimenTA o poeMa

1.
A moça comigo brinca na relva.
Estou bento iluminado 
Com o membro 
Amando tesouros míticos.
O segredo é peniano.
Ora a moça numinosa.
A puta brincando serena.
A musa aleita a densa alegria.
Rapaz admirando a generalidade
Onde o santo goza.
A noiva ornada de brasileira,
Antiga, infinita rua.

++ marcus >< o bOi arTeiro ++




++a noivA ornada de infInita ruA >< ((pinTura :: sílVia))


2.
O moço pintado de ouro desvenda
Minha selva quente e luminosa.
Ó antigo rei ornado 
De espada e punhal ferozes.
Amantes de belos cortes,
São loiros de porte altivo,
Olhos de arcanjos
De perfeita forma.
Sois meu par.
Meu adocicado bento fruto. 

++ sílVia >< a donA deuSa ++


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planTA :: cutiEira

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artE :: volPi 

quarta-feira, 10 de abril de 2019

agríCola



++ no agrário se funda a cultuRA >< ((imageM :: sílVia pintando))



a vida revigora-se a cada ternura evocada pela difícil arte da antropofagia :: como é difícil unir-se
ao outro :: 

a instabilidade dessa formosura é <+>  forte e letal :: completa, mítica, algo impossível de ser quebrada ::
nada, no entanto, é

mais recompensador do que obter tais possibilidades renovadoras, que devem
ser malhadas ao infinito, 

re-trabalhadas <+> incansavelmente, sob a orientação de pétrea disciplina,
sob o sol escaldante 

de um deuS agrícola <+> e sentiMental, visceral, aboiador e condutor de visões
sonoras amaciadas

pelo valor de um inestimável vinho  :: nada,
portanto, é 


avE :: picapauzinho-verde-carijó

tão importante quanto o avançar <+>  dessa orientação que respeita a cultura e venera o mito,
venera a profundidade

do ser essencial :: venera a própria grande dificuldade da fusão, orgullha-se
da dificuldade que irá

proporcionar esse grande prazer, o <+>  prazer do amor amanhecido contemplado
no refazimento, no projeto

do amalgamar-se :: no agrário se funda a cultura :: na costura :: na ritmada
produção do ciclo :: 

no incansável projeto :: no deus 
metrificado, homérico, potente homem, dioniso ::  

texTo :: <> marCus ++ o bOi arTeiro



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arTe ::  erik saTie


terça-feira, 9 de abril de 2019

a promEssa


cabreúVA :: planTA


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1. 
Rimas em pedras

Finas, de cor;
Sons de rodas de
Carroça, carro de
Boi.
Andanças do retirante
Agudo e ávido.
Senhor do sertão.
Chapéu quebrado,
Laço,
Janela aberta
Do olho sagaz.
Do ouro,
Extraiu seu arco.
Da rocha, seu pó.
Andarilho senhor
Das luzes.
Carroceiro do mato.
Quanto carregas 
Em teu apetrecho.
Água, arma,
Milho bom.
Acordar com o sol
Quente.
Dormir com os
Rouxinóis.
Céu e chão 
Te carregam,
Pintam teu 
Laço.
Erguem teu
Canto.
Secam as tuas feridas
Cruas.
Andante senhor 
Carroceiro,
Carregas
A flor com espinhos,
Fere os dedos de peão.
O amanhecer
Te concede
A honraria
De representante
De Deus.
Abençoa e ilumina
A nossa procissão.
Somos teus filhos.
Os filhos do sertão.

++ sílVia >< a donA deuSa ++




++ água, arMa, milho bom >< ((imaGem :: a nEgra pinTa cerâmicA))


2.
Oro à mãe artista,
E oro por meu povo,
Erê me ensinou a rezar.
Ó musa negra potência antiga,
Ordem musical 
Em alimento poético amoroso.
A mãe que me banha
Benze minhas feridas.

A mulher que amo fende
Com ardor meu olho.
O homem que sou olha 
O extenso poder do diabo.
Há Deus no meu menino.
Quando era pequeno,
Alegremente amei o gosto oleoso
Da deusa onde erguiam-se
As formas meninas em pelo.

Gosto do teu mênstruo como anel
Que casa nossas escritas 
Em nome de Maria.
A arte que orienta o nosso casamento
É profética e arde intensa.

++ marcus >< o bOi arTeiro ++





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ágora :: os orixás, o imaginário e a comida no candomblé ++


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"Assim, todos os projetos de felicidade nessa vida são ilusões. (...) Vi poucos homens felizes, talvez nenhum, mas muitas vezes vi corações contentes (...). Haverá prazer mais doce que ver um povo inteiro se entregar à alegria em dias de festa e todos os corações se iluminarem aos raios expansivos do prazer que passa de maneira rápida, mas intensa, pelas nuvens da vida?"

 ((ROUSSEAU, Jean-Jacques. Os devaneios 
do caminhante solitário. Porto Alegre : L&PM, 2014, p. 116. >+<


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artE :: atahUalpa yupanquI << caminito del inDio, partiTura>>


o amoR alimenTA o poeMa

1. A moça comigo brinca na relva. Estou bento iluminado  Com o membro  Amando tesouros míticos. O segredo é peniano. Ora a moça numinosa. A ...

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