++ percepção lentamente valorizada do amor brasileiro agreste <:> rito ovariano onírico e negro :x: paixão e sociabilidade dionisíacas comungadas por dona deuSa (sílvia goulart) e o boi arteiRo (marcus minuzzi) <:> a verdade xamânIca da guerra apruma nossas corações antigos e dispostos a tudo contra o fascismo :x: poemas, análises, amores pictografados <:> elegia ao sertão artístico :x:

quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

feliZ sou sonHando

Veja meu amor como é lindo crer
Na poderosa e transformadora força
Cósmica que ora se faz presente
Por estarmos aqui.
Juntos.
Felicidade é só aquilo que pode ser
Tragado em pequenos espasmos.
É quando sentimos conforto em nossos
Periféricos e secretos desejos.
Não é o óbvio que nos faz felizes.
O ainda secreto e o mais sutil,
O desígnio angelical impelido pelas musas,
Nos coloca na proa.
Agora vamos adiante.
Vamos sem medo.





é pedra, é pedra, é muita pedreira :: o bRasil não foge à regra de qualquer país da amÉrica latina, sendo talvez uma espécie de carro-chefe da região, em termos de destino espinhoso, obstáculos, grandes dificuldades a serem vencidas ::

ora, nossa base é, como no resto da américa, a abissilidade da escravidão, seu aspecto profundo e, por que não dizer, inesgotável ::

não acaba, não acaba nunca :: estar aqui, vivo, é manter-se atado aos esquemas de um imperialismo nórdico que sobrevive, e se reconstrói :: a par disso tudo, eu sou feliz :: "tô sonhando, mas eu sou feliz", ensina um samba gravado por beth carvalho ::

a reflexão, aliás, vem por conta desse samba, que ouço distraidamente, por acaso, na fila do pão, enquanto trabalho, no chuveiro, no ônibus, colado a meu aspecto mediúnico, indígena, candomblecista ::

tô sonhando, mas eu tô feliz :: e o moleque se arruma e vai engraxar sapatos ou vender chicletes, enquanto samba :: é o nosso destino, enquanto a bandeira brasileira, hoje bastante gasta mas verdejante, é hasteada no cabo de uma vassoura, de um esfregão, de um cabo eletrônico de uma lan house de bairro ::

tô sonhando, mas eu tô feliz :: o que arlindo cruz, um dos compositores do samba, ensina, é que sem a sabedoria ancestral da cabeça distinta brasileira aqui formada, forjada por séculos de ansiedade escrava e trabalhadora, mais escrava do que trabalhadora, não tem como prosseguir em frente, pois é muito pedreira :: a pedra sagrada, de certo modo, que não nos atormenta, porque somos mais que astronautas navegadores, somos a boa nova da civilização ocidental ::

e a vida dá voltas, e essa verdade volta, como um bebê ocidental jogado em nosso colo :: é a nossa identidade :: caetano veloso está quase completando 80 anos :: essa foi a primeira e mais forte verdade que vislumbrou em seus desvios poéticos, na distante década de 60 do século XX :: mas que o visita sempre e novamente :: a ponto de gravar em seu último disco, "meu coco", que "sem samba não dá" :: 

é a mesma coisa :: tô sonhando mas eu sou feliz :: o bRasil não se escreve com tinta, mas com sangue e essas alegrias intensas das etnias de marginais que não se contentam com a alegria do básico alegre sangue ocidental europeu ::

há uma larga avenida que nos apascenta, como no antro dos carnavalescos em seus recitais de úmida visita ao mito ativo nosso brasílico :: e eu sou paz para o planeta, quando nisso ancora minhas esperanças dionisíacas e orientais ::






o amoR alimenTA o poeMa

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